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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

DE SÁ BARRETO

 

(1906-1986)

 

Octávio De Sá Barretonasceu em Curitiba no dia 22 de novembro de 1906. Frequentou os antigos Colégio Renascença, Escola Republicana e Ginásio Paranaense, formando-se em Direito em 1930. Em 1920, começou a trabalhar no jornal A República e seus primeiros sinais literários possuíam a forma acadêmica. A amizade que o prendia aos “desmiolados” do Futurismo, po­rém — Alceu Chichorro, Valfrido Pilotto, Laertes Munhoz e Correia Júnior — deixava-o à vontade quanto à forma e à temática, compreendendo e apoiando os companheiros, mas distante de cometimentos semelhantes.

Já em 1922, entusiasmou-se com o movimento modernista de São Paulo, mas só em 1926, com o manifesto de Jurandir Manfredini em prol do Modernismo, quatro anos tardio, desabrocharam-lhe os versos sob a égide da liberalidade e, portanto, do cunho personal do artista, solto das amarras acadêmicas convencionais. Nem por isso atordoou-se, como aconteceu amiúde, aqui e acolá. Manteve-se fiel ao seu poder de expressão e, dentro de irretocável lirismo, deu à literatura paranaense momentos in­comparáveis de qualidade poética. Estreou com Nuvem Que Passa, em 1922, e, logo em 1924, publicou Este Livro. Dirigiu a Novela Paranaense ao lado de Rodrigo Júnior, que editou O Automóvel n. 117, novelas e contos. Entre a infinidade de publicações que possui sob diversas formas, há, ainda, a noveleta Palavra, Que É Certo!; Emílio de Menezes, Figura Marcante do Parnasianismo Brasileiro; Realejo dos Enlevos, poemas de várias épocas.

O livro Pássaro Sem Asas foi sua última publicação em vida, constando existir expres­siva produção inédita.

O poeta, escritor, jornalista, teatrólogo, crítico de arte, orador e conferencista, faleceu em 22 de outubro de 1986, um mês antes de completar 80 anos. É considerado fun­dador da APL. (VHJ)

 

 

 

BACK, Sylvio.  Cinquenta anos. Díário do Paraná. Edição fac-similar.  Capa : Guilherme           Mansur.  Reprodução fotográfica: Cadi Busatto. Coordenação gráfica: Rita de Cássia Solieri Brandt.  Projeto gráfico: Adriana Salmazo Zavadniak.  Curitiba, Paraná:  Itaipu Binacional, 2011.  S. p.  Inclui 7 folhas dobradas  94 x  1,26  cm., com imagens de páginas do suplemento literários dos anos 1959 – 1960, acomodadas numa caixa de papelão 35x 48 cm.  Ex. bibl. Antonio Miranda. 

 

 

desesperança

Quero saber se estou errado,
se fiquei louco,
se não sei nada.

A outros indago,
pergunto-me a mim mesmo,
se esqueci,
nunca soube
ou desaprendi aquilo que sabia.

A esmagadora angústia que me anula
é tanta
e é tão grande
e pesa tanto
e tal espaço ocupa,
que já nem cabe só dentro de mim.

De meu ser extravasa e as suas sobras
entranham-se nos meus,
nos a quem prezo como amigos
e alcançam até meus semelhantes.

O sangue não estancou ainda, escorre mais,
e, a punição dos cataclismas, hoje,
o homem usurpou a Deus.

Continuam as vestais sendo violadas,
os templos profanados,
as lâmpadas votivas
apagadas,
e, irmanados, o bem e o mal já coexistem.

Exterminou-se com a felicidade...
E os nobres sentimentos
e as virtudes altas,
que dignificavam as criaturas,
se ainda sobrevivem,
é tão somente,
nos léxicos
e nos museus.

Nada parece que sobrará!

O século, porém, eufórico, delira
E a técnica — vedeta do tumulto —
coloca em órbitas, na abóboda celeste,
planetas e satélites
artificiais.

Como se fosse numa serpe venenosa,
deram um tiro na lua, assassinaram-na!

Em nome da ciência
e por amor ao próximo,
busca-se prolongar , indefinidamente,
o fardo desta vida
e reprisar,
centuplicados,
de Lázaro
e da filha de Jairo
os mila -
das escrituras
sagradas...

Nem mais até a própria morte é paz.

 

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Poema publicado em 6 de fevereiro de 1959

 

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Página publicada em fevereiro de 2021


 

 

 
 
 
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